Muito se fala sobre se ter consumidores e shoppers no centro das decisões, frases como o “consumidor é rei”, “’ele quem manda”, são frequentes nas pautas de reuniões estratégicas das indústrias e varejo, mas, a prática nos mostra algo bem distinto.

 

Em pleno ano 2023 e diante de todas as possibilidades e ferramentas disponíveis - acessíveis, diga-se de passagem-, para se conhecer profundamente Consumidores & Shoppers (de métodos mais tradicionais aos mais tecnológicos), apenas 4 em 10 varejistas conhecem, de fato, seus consumidores e shoppers e possuem uma base gerenciável e atualizada para estabelecer relacionamento efetivo com ações direcionadas aos mesmos. (Fonte: Connect Shopper: pesquisa realizado em outubro/2022)

 

Do lado da Indústria não é diferente, menos de 20% das indústrias possuem estudos sobre seus consumidores e shoppers (Fonte: Connect Shopper: pesquisa realizado em outubro/2022 com varejistas e indústrias).

 

Mas, para criar real valor aos nossos clientes, o que precisamos saber?

 

Desde dados sobre perfil, hábitos, passando por informações sobre comportamento, atitudes no PDV, estilo de vida, valores, desejos e necessidades, processo de escolha, compra e decisão, entre outros – quem, o que, como, onde, quanto, por quês,  

 

Pilares essenciais para desenhar estratégias e táticas efetivas e direcionadas para atrair, engajar, converter e reter, considerando cada etapa da jornada de compra e consumo e uso.

 

Com isso, desde o desenvolvimento de produtos e ofertas de serviços, as ações de comunicação, marketing e mídia, modelos de lojas, layoutização, ambiente, sortimento, promoções, preço, gestão do negócio, entre outros, todas as ações seriam desenhadas praticando-se a “shoppercracia: : o cliente no centro das decisões!

 

A grande questão é que para se conhecer, de fato, o cliente exige-se investimentos: recursos monetários, tecnológicos, humanos, de tempo.  

 

Exige também, metodologia e processo que vão desde o planejamento à implantação e disseminação, uso efetivo deste conhecimento para tomada de decisão. E, caro, pessoas capacitadas, treinadas para transformar dados em insights acionáveis.

 

Hoje contamos com inúmeras ferramentas e metodologias para lidar com a complexidade no entendimento do comportamento do shopper.

 

Aos tradicionais métodos de pesquisa, somam-se técnicas mais modernas e novas ferramentas que tem como objetivo obter maior precisão e consistência no conhecimento de consumidores e shoppers e toda a sua jornada, além de agilidade nas entregas e facilidade das análises e aplicações: de ferramentas e processos de CRM à Inteligência Artificial (IA), entre outros.  

 

Sendo que, as ferramentas e processos de CRM já evoluíram de tal forma que todas as decisões sobre cada P, já citados acima, são planejadas e executadas orientadas e baseadas no real e profundo conhecimento de Consumidores & Shoppers.

 

E lembrem-se, diferentes clientes, diferentes necessidades. Mas todos têm um desejo em comum: se sentirem especiais.  

 

Diante de muitas opções (de lojas, produtos, marcas), mais exigentes, seletivos, altamente conectados e informados, e todo mundo querendo fazer tudo para todos, “sindicalizar” as ações, cresce a busca por “exclusividade”.  

 

O “feito para mim” está entre os cinco principais atributos que valorizam na escolha em estudo recente realizado pela Connect Shopper. E é aqui que entra o atendimento personalizado. Na prática, que ele quer que suas necessidades, anseios, valores sejam traduzidos nas ofertas de produtos e serviços.

 

E atender de forma personalizada, oferecendo condições únicas e relevantes, exige conhecer a fundo os clientes e ferramentas efetivas para facilitar este atendimento.

 

O cliente quer se sentir único, especial.  

E é neste contexto que as práticas, ferramentas e processos de CRM vem ganhando projeção.

 

Dicas básicas para maximizar resultados criando real valor para os clientes:

  • Clareza no propósito e proposta de valor;
  • Conhecimento profundo de seus Consumidores e Shoppers;
  • Desdobrar este conhecimento em ações práticas e direcionadas. Palavras de ordem da atualidade: praticidade, rapidez, agilidade, facilidades, personalização, conveniência, comodidade e experiência ao cliente;
  • Ferramenta, processos e método para personalizar o atendimento e facilitar o processo de escolha, compra e decisão: loja prática, fácil e resolutiva (seja no on e/ou no off);
  • Equipe treinada e capacitada: agilidade em resolver problemas – foco em solução;
  • Medir a satisfação do cliente continuadamente e desenvolver plano de ação para corrigir rotas.
  • Shoppercratizar: o cliente no centro como cultura da empresa!

Fátima Merlin

Sobre o autor

Fatima Merlin é fundadora e CEO da Connect Shopper, Conselheira, Board Advisor, Mentora, Palestrante e Advisor da IZIO&Co. Mestre em comportamento do consumidor, MBA em Marketing, economista, especializada em varejo, pesquisa em marketing, gerenciamento por categoria e shopper atuando há mais de 30 anos nestas áreas. Professora de Varejo, Pesquisa de Marketing e Comportamento do Consumidor. Desenvolveu carreira executiva em varejista farma, supermercados, na Associação Brasileira de Supermercados e Kantar WorldPanel. É articulista em diversas revistas especializadas como SuperHiper, Super Varejo, Supermercado Moderno e Guia das Farmácias. Palestrante em diversos eventos empresariais e instituições de renome. Autora dos livros: Meu cliente não voltou, e agora? e Shoppercracia e versão em inglês via ebook Shoppercracy e Varejo Conectado: Decisões Orientadas por Dados, pela editora Poligrafia.